domingo, 29 de setembro de 2013



Nuvem cinzenta

(Poema do meu livro " O Suspirar do Tempo", escrito em Angra dos Reis  num dia cinzento, mas lindo!)


Uma nuvem cinzenta avança, devagar,
e cobre as montanhas   o céu   o mar

De repente,
o mundo perdeu contornos.  Ficou cinzento

Na baía de Angra dos Reis,
os veleiros balançam embalados pelo vento, cinzento

O mar, que era azul, ficou cinzento
As ilhas desapareceram numa neblina incolor

O fog londrino invadiu os trópicos
numa nuvem paralizante, cinzenta

Num céu cinzento,
estala uma tempestade tropical
Raios   trovões   chuva
e eu, muda, a viver este instante irreal

Chove cinzento
Tudo é nevoento, sem significado...cor

O mundo parou neste minuto unico   belo   cinzento
que vivi até à loucura possível do entendimento,
mergulhada na angústia e no sofrimento. Com dor
Sentindo o indiferente passar do tempo...



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